Galera, nesse texto vou falar sobre novos conceitos de busca, como vamos encontrar as melhores respostas na internet e como o SEO está sendo impactado na era da Inteligência Artificial.
Mas, antes, deixa eu filosofar aqui rapidinho o motivo de eu gostar tanto desse assunto. Se quiser ir direto ao ponto, pule para o próximo tópico.
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Eu sempre fiquei muito incomodado com a fragilidade do algoritmo do Google. Talvez por eu ser um cara de conteúdo (pra quem não sabe, iniciei no jornalismo antes de migrar para marketing) e que nunca achei que o melhor resultado era necessariamente o primeiro da lista.
E ficava também incomodado ainda ao ver sites utilizando hacks questionáveis para tirarem vantagens e ranquear a todo custo, colocando técnicas acima da qualidade do conteúdo. Isso é péssimo para o consumidor de conteúdo.
Na minha filosofia de vida pelo menos, sempre tentei ser o melhor, mas nunca achei legal tirar vantagem ou passar a perna em concorrentes.
Existe um abismo entre fazer o melhor e trapacear.
E não é nem moralismo não, papo reto aqui. É que pra mim sempre foi mais produtivo e fácil usar minha energia para tentar fazer o melhor em vez de usá-la para tirar vantagem.
Abrindo com essa reflexão porque pode ser que agora a IA nos ajude a realmente termos as melhores respostas. E não é só tese não, é tudo baseado em dados da Ahrefs (link ao longo do texto).
Agora sim, bora falar sobre o tema!
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Menções da sua marca vão importar mais que backlinks no SEO do futuro
Dados recentes da Ahrefs confirmam o que muitos profissionais de marketing já sentiram na pele: as menções de marca estão se tornando um fator bastante relevante na busca por IA.
É o que a gente gosta de repetir (sem hype, sem desespero), não existe morte de SEO, mas existe sim uma mudança real. E convenhamos, isso não é problema nenhum, faz parte.
Tudo o que escrevi aqui está no vídeo abaixo, vale a pena assistir pra aprofundar. Mas abaixo tem um resumo com meus comentários.
Do Google ao GPT: a reputação importa cada vez mais
Ok, não é novidade que não é mais apenas o Google que decide quem merece aparecer no topo. Mas é bom relembrar para fins de contexto.
Chatbots, assistentes de IA e motores generativos estão criando suas próprias formas de interpretar a autoridade digital. E o novo ouro são estas menções de marca espalhadas pela web.
Segundo dados do Brand Radar, ferramenta da Ahrefs, há uma forte correlação (0,67) entre o número de menções de uma marca em sites de terceiros e sua presença em respostas de IA.
Para entender como funciona esse coeficiente, é uma medida do quão forte duas variáveis são relacionadas. E essas são as escalas utilizadas:
- 1.0 = correlação positiva perfeita
- 0.0 = sem correlação
- –1.0 = correlação negativa perfeita
Ou seja, um 0,67 ainda não é perfeito, mas é forte.
Resumindo aqui: quanto mais você é citado, mais provável é que um modelo como o ChatGPT ou o Gemini use sua marca como referência.
E com um detalhe importante: a menção por si só já funciona, sem necessariamente pedir para o outro site linkar para seu domínio.
Reputação contextual vai ser o novo link building
As atividades fora da sua página (PR, colaborações, entrevistas, posts em mídia especializada) passam a ser fundamentais para o algoritmo generativo entender quem é você.
A IA não vai somente ler o que é dito, mas com quem você é citado, em que tema, em que tom.
O algoritmo está aprendendo associações semânticas: se sua marca aparece junto de termos como “inovação”, “sustentabilidade” ou “tecnologia”, isso molda a forma como ela será mostrada nos resultados.
Ainda acha que PR não gera ROI? Hora de rever seus conceitos, my friend!
Ser citado na mídia, no Reddit ou em um vídeo do YouTube importa tanto quanto o link em si. O que vai contar mais é o sinal de relevância, não mais um hyperlink qualquer.
De backlinks a brandlinks
Menções da marca são os novos backlinks.
E pensar dessa forma muda radicalmente o modo de pensar SEO. Deixa de ser uma corrida por links para se tornar algo mais legítimo. As empresas que entenderem isso primeiro vão otimizar não apenas páginas, mas narrativas.
Imagine um futuro onde o SEO se pareça mais com relações públicas, cultura de marca e influência de nicho do que com engenharia de links. Onde o conteúdo mais valioso não está somente no seu site, mas nas conversas sobre ele em fóruns, comunidades e colunas alheias.
Para o consumidor/comprador é ótimo. Não é somente o que a empresa fala sobre si, mas o que o mercado e os clientes falam a respeito dessa marca.
Já para a empresa é um desafio. Não vai bastar só se vender, tem que entregar produto, experiência e serviços de qualidade.
O futuro da busca é conversacional
Eu não gosto de dizer que a busca acabou porque não é verdade. Sou meio radical nesse aspecto e eu julgo mesmo todo guru que vem com esse papinho raso.
As pessoas estão sempre em busca de algo, não importa qual a ferramenta que usam. Por isso o Search é a base. Mas sim, há uma mudança importante: a busca deixa de ser baseada em perguntas e começa a ser baseada em conversas. E, cá entre nós, isso é muito legal!
É um ressignificado de como buscamos as respostas, com os modelos de IA não apenas respondendo, mas interpretando, resumindo e sugerindo. Só que para sua empresa ser parte dessa conversa, é preciso estar nas entrelinhas da base de dados da internet.
As marcas que não cultivarem presença contextual (em posts, vídeos, threads, notícias, reviews) talvez corram o risco de desaparecer da narrativa digital, mesmo que criem conteúdo próprio.
A busca vai deixar de ser sobre cliques e começar a ser sobre credibilidade compartilhada.
E eu acho maravilhosa que essa possa ser uma das ironias mais interessantes da era da IA. Quanto mais inteligente o algoritmo, mais humano volta a ser o jogo ao valorizar reputação, narrativa e influência.
