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Não faça seu público de palhaço nesta Black November

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Às vezes o marketing me deixa pistola.

Quase caí como um palhaço nesta Black November.

Era um anúncio de uma marca relativamente famosa de moda minimalista.

Era oferta + preço. A oferta era algo que me interessava. O preço estava em letras garrafais: R$99.

Achei interessante e cliquei, mas quando fui para o carrinho o preço subiu para mais de R$350.

Não entendi. Voltei no anúncio.

Em letras garrafais ainda estava lá o R$ 99. Mas em letras miúdas um “off” abaixo do número.

Eu aposto que este anunciante está arrebentando nas taxas de cliques e está achando que a campanha está sendo um sucesso.

E aposto também que a taxa de abandono de carrinho não está das menores.

Por mais que o desconto ainda seja atrativo, o sentimento de frustração tomou conta. Toda compra é emocional e eu não vou conseguir comprar nada de uma marca que tentou me enganar.

Não faça seu público de palhaço, ele é o que você tem de mais valioso. Um dia a conta chega, para o bem ou para o mal.

Ser é diferente de parecer ser

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Existe algo que eu não recomendo terceirizar: a sua escrita.

Porque produzir conteúdo próprio e autoral é um dos maiores diferenciais que um profissional pode ter. Já escrevi sobre isso aqui.

Não só pelo resultado que isso pode trazer em questão de imagem, networking, negócios etc. Mas pelo resultado que isso traz pra você, como pessoa. Escrever é uma das melhores ferramentas de autodesenvolvimento. E é gratuita!

Eu acho triste usar o GPT para escrever um artigo em seu nome. Mas acho mais triste ainda pagar um ghostwriter pra escrever para você. Acho um sinal de incapacidade. Talvez não técnica, mas no mínimo de organização e gestão de tempo.

Me orgulho de tudo o que escrevi ter sido feito por mim. Eu nunca contabilizei, mas deve ter sido mais de mil artigos, afinal escrevo desde os 16 anos e já tive uma dezena de blogs.

Só não me orgulho muito de já ter sido ghostwriter, mas ok, era começo de carreira e na época eu precisava de um dinheiro pra pagar as contas e escrevi o [não posso falar por conta de um contrato], publicado pelo [não posso falar por conta de um contrato].

Olha a ironia, já escrevi livro pra outra pessoa, mas não escrevi pra mim. A autossabotagem nunca me deixou continuar. Inclusive se você já se sentiu assim, me responde aqui e vamos trocar traumas hauhauhau.

Beleza, Flaubi, mas aonde você quer chegar? Queria chegar na seguinte questão: Você quer ser ou quer mostrar que é?

Porque são coisas muito diferentes. Uma planta artificial nunca vai ser uma planta por mais brilhante e viva que ela pareça ser. E quando você paga alguém pra escrever para você ou usa um robô pra isso, você não está sendo, você está mostrando que é (na prática está mostrando quem não é, pois não é você de verdade 😛). Complementando a lógica, você não está sendo planta, está sendo plástico.

Só pra fechar, não sou contra, sou é muito a favor do uso de automações e IA. Mas pra automatizar os cornojobs, as tarefas burocráticas, algumas variações de conteúdo, pequenos copies, analisar relatórios complexos, resumir reuniões, alguns criativos bem simples (como a imagem de destaque desse post, feita no midjourney, mas obviamente não usaria somente IA pra criar um conceito de uma grande campanha) entre outras coisas que sugam o meu tempo.

Se eu pudesse eu automatizaria tudo, mas não automatizaria ou terceirizaria a minha criatividade. Porque ser é melhor do que parecer ser, mesmo que seja com menos glamour.

🎵 Ao som de Radiohead – Fake Plastic Trees

A green plastic watering can
For a fake Chinese rubber plant
In a fake plastic earth
That she bought from a rubber man
In a town full of rubber plans
To get rid of itself

Infelizmente os dados sobre a tragédia no Rio Grande do Sul ainda são parciais

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Foto: Ricardo Stuckert / Agência Brasil

Eu vou seguir tentando sensibilizar e mobilizar a todos sobre o que está acontecendo. Tenho muitos amigos e colegas que vivem em outros Estados. E a gente precisa mais do que nunca continuar tendo esta atenção e ajuda do Brasil inteiro.

Vamos falar de dados então, obviamente e infelizmente são números incompletos e que ainda vão crescer, uma vez que a tragédia ainda está acontecendo e as chuvas devem continuar na próxima semana.

A fonte destes números são da Defesa Civil e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Peguei os dados todos no Portal da CNM.

Vamos começar pelas cidades. Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 428 foram afetados. Nada menos do que 86% do Estado. Se isso ainda não é impactante, vamos aos detalhes da tragédia (de novo, parcial):

Impacto nas Habitações:

  • Danificadas: 76,2 mil
  • Destruídas:  9,1 mil
  • Total unidades habitacionais: 85,3 mil
  • Prejuízos na habitação: R$ 4,4 bilhões

Entenderam a dimensão disso? 85,3 mil residências atingidas, das quais 9,1 mil completamente destruídas.

Danos humanos

  • 107 mortos;
  • 518 desaparecidos;
  • 67,5 mil desabrigados;
  • 403,7 mil desalojados;
  • 8,4 mil feridos e enfermos;
  • 1,7 milhão de pessoas afetadas.

Isso é triste demais. Olhem o número de desaparecidos. Lembrando que estes são os desaparecidos registrados. É triste escrever isso, mas não consigo calcular onde isso pode chegar, não tem como…

Além disso, tem o forte impacto econômico nos setores privado e público que vão afetar a todos, inclusive você que mora longe.

Principais setores privados afetados:

  • Agricultura: R$ 811 milhões em prejuízos;
  • Pecuária: R$ 63 milhões em prejuízos;
  • Indústria: R$ 151,7 milhões em prejuízos;
  • Comércios locais: R$ 108,1 milhões em prejuízos;
  • Demais serviços: R$ 12,6 milhões. 

Principais setores públicos afetados:

  • Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras): R$ 395,8 milhões em prejuízos
  • Obras de infraestrutura (pontes, estradas, calçamento, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 1,4 bilhão em prejuízos;
  • Sistema de transportes: R$ 52,5 milhões em prejuízos;
  • Assistência médica emergencial: R$ 13,2 milhões em prejuízos;
  • Sistema de esgotamento sanitário: R$ 15,8 milhões em prejuízos;
  • Limpeza Urbana e remoção de escombros: R$ 31,5 milhões em prejuízos;
  • Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 4,5 milhões em prejuízos;
  • Sistema de ensino: R$ 14,5 milhões em prejuízos;
  • Abastecimento de água: R$ 10,5 milhões em prejuízos;

Força para o Rio Grande do Sul. Seguimos em um período muito complicado em todo o Estado. Seguimos precisando de ajuda, financeira, voluntária, moral, que seja, qualquer ajuda aqui vai fazer a diferença na vida das pessoas atingidas.

Se você ainda não ajudou, doe qualquer quantia. Aqui no texto anterior indiquei alguns caminhos. Se já ajudou, talvez a gente precise de mais um pouco. Se não tem condições, tente fazer algo voluntário. Se estiver muito longe, tenta então seguir compartilhando. Você ainda pode mobilizar quem ainda não se sensibilizou, sabia?

Meu Rio Grande do Sul está pedindo ajuda

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Foto: Gilvan Rocha / Agência Brasil

Sim, faz um tempo que não apareço aqui. Mas preciso aproveitar esse espaço pra falar da maior tragédia dos últimos anos.

Apesar de eu viver em Florianópolis, sou gaúcho e lá passei a maior parte da vida. Morei no RS durante 27 anos e mesmo tendo saído, estou sempre lá. O único período em que fiquei mais de 3 meses sem visitar o RS foi durante a pandemia, justificável.

Praticamente toda a minha família e a maior parte dos meus amigos estão no RS, alguns em áreas afetadas, alguns não. E duas das inúmeras cidades em que morei estão debaixo d’água: Porto Alegre e São Jerônimo. Me parte o coração. Mas me parte o coração todas as outras cidades também, que posso não ter morado, mas que em algum momento passei por lá. Por estradas que não existem mais. Por negócios que não existem mais. Por cidades que não existem mais. Por vidas que não existem mais.

Este texto é mais um pedido de ajuda para meu Estado. Para as famílias das vítimas, para as pessoas desabrigadas, para os negócios destruídos. Seja financeira ou voluntária, toda ajuda fará diferença!

Acho que vocês já viram muito o que aconteceu e eu não vou ficar repetindo o passado, mas falando de futuro a previsão do tempo para os próximos dias e semanas não é muito boa para nós, gaúchos.

Está previsto ainda mais chuva e agora também uma frente fria. Só imaginem o cenário: frio de 5 graus em um Estado onde mais de 160 mil pessoas estão sem moradia (vivendo em casas de parentes e amigos) e 50 mil pessoas em abrigos (vivendo graças a doações do povo gaúcho e brasileiro).

O nível da água dos rios está descendo muito lentamente. O Guaíba, por exemplo, até estabilizou, mas até ontem (07/05) ainda estava 5,2 metros acima. Alguns especialistas estimam que só vai normalizar no fim de maio.

O número de pessoas mortas já está em 95, mas com 131 desaparecidos, esse triste número chegará em breve aos 3 dígitos.

Espero que você, que me acompanha, tenha se sensibilizado já e feito algo pra ajudar. Há muitas maneiras, você pode doar dinheiro, doar itens de necessidade básica, ser voluntário em locais de coleta ou até mesmo espalhando a corrente, compartilhando com sua rede o que está acontecendo.

E o mais importante: doe sem querer nada em troca. Doe proporcionalmente ao quanto você ganha ou tem. A vida foi bondosa com você que não foi afetado pela tragédia. Por mais que tenha sido mérito seu, você teve sorte de não ter sua casa completamente inundada. Retribua pra quem precisa. Se você tem poucas condições, qualquer 5 ou 10 reais ajuda. Se você tem um salário de 5 dígitos, pode certamente ser mais generoso. Se você não tem renda, pode se voluntariar ou seguir compartilhando informações.

Se você não confia nas instituições que estão arrecadando dinheiro, pode ir ao mercado da sua cidade, comprar água, itens de higiene e despachar de graça pelos correios.

A campanha abaixo já tem mais de R$50 milhões arrecadados e os comprovantes e contas estão sendo prestadas pelos envolvidos. Grande parte do dinheiro já foi repassado para famílias atingidas. O Badin Colono está fazendo um trabalho incrível e publicando no Instagram tudo o que está sendo feito e doado.

Doe aqui: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/a-maior-campanha-solidaria-do-rs

Se você quiser, pode doar para outras organizações também. Saiba mais em: https://emergencia.paraquemdoar.com.br/

Tempos difíceis estamos. Mas da mesma forma como o Rio Grande do Sul se reergueu de outras enchentes, vai se reerguer dessa e se reconstruir.

O prejuízo vai chegar na casa dos bilhões. O impacto não é só no RS. Vai impactar a economia da sua cidade, mesmo que você more a 1.000 km de distância. Vai impactar o Brasil (já está impactando). E quanto mais você ajudar, mais rápido será a reconstrução do RS.

Força a todos os gaúchos!

A vida é muito curta pra viver de fins de semana

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limonada

A vida é muito curta pra viver de fins de semana.

Você não precisa ter o trabalho dos sonhos (não é essa a pauta, isso talvez nem exista), mas precisa trabalhar, todos precisamos.

Então você pode trabalhar de mau humor ou tentar se divertir. Faça a sua escolha!

Você vai gastar energia de qualquer forma, então escolha como você quer gastá-la, já que a escolha de trabalhar ou não, não existe (ao menos para 99,9% das pessoas).

Pode ter certeza que a forma como você leva a semana impacta no fim dela. E vice-versa.

Não é sobre gostar mais ou menos do seu trabalho, é sobre ser realista. Se for limão, fazer uma limonada. Se for limonada, aproveitar cada gota.