Em dezembro é sempre aquela coisa. Muitas reflexões, muitos posts em redes sociais falando sobre as dificuldades enfrentadas ao longo do ano, das superações, de como foi duro chegar até aqui, mas que ano que vem será melhor. Enfim, todo ano é um ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.
Há poucos dias assisti a mais um show de um dos meus ídolos, Paul McCartney. Foi a quarta vez, mas dessa vez foi diferente, foi a mais emocionante. Talvez porque eu tenha tido sim um ano difícil, onde tive que lidar com perdas na família, com problemas de saúde, com mudança profissional, com síndrome do impostor, com ansiedades e incertezas.
E ter assistido a esse espetáculo no fim do ano trouxe um sentimento de renovação. Principalmente por conta do inédito dueto de Paul com John Lennon, no telão, aproveitando toda a tecnologia que o século XXI nos proporciona.
E eu estou escrevendo isso na verdade só para parafrasear justamente essa dupla, que cantou sobre esse fim de ano há mais de 50 anos.
Everybody had a hard year
Everybody had a good time
Everybody had a wet dream
Everybody saw the sunshine
Todos tivemos anos difíceis, mas também podemos lembrar dos bons momentos que passamos, dos sonhos que sonhamos e da luz do sol que esse ano proporcionou.
E ter sido um ano difícil não significa que coisas boas não aconteceram. Você pode fazer um esforço para tentar lembrar e agradecer por elas.
E além do mais, superar as dificuldades é uma realização e tanto. All things must pass (ok, isso é de outro Beatle, mas impossível também não lembrar de George Harrison).